A sobrepopulação de animais, quer no espaço público quer em propriedades privadas, é um problema que, se não for enfrentado, pode atingir proporções insustentáveis, com consequências sempre trágicas para os animais, cuidadores e comunidade em geral, nomeadamente:
- Abandono
- Fome, frio, medo, agressões, acidentes
- Abates
- Doenças
- Insalubridade e imagem pública denegrida
- Cuidadores perseguidos e vítimas de ameaças
- Recursos financeiros públicos e privados esgotados
- Desequilíbrio ecológico
Para melhorar a situação dramática de tantos animais é necessário tomar consciência que é preciso ir além do cuidado directo e da recolha de alguns, apesar de estas medidas serem extremamente necessárias.
Um casal de cães ou gatos e os seus sucessivos descendentes, estimando-se o nascimento de uma ninhada em cada 6 meses e uma média de 2,8 crias por ninhada, metade das quais fêmeas, pode dar origem a um número impressionante de animais:
Naturalmente, este não é o cenário realista do aumento de uma colónia ou matilha. O aumento da população está sempre condicionado às limitações de espaço e recursos alimentares e é travado por doenças, acidentes, predadores, lutas territoriais ou intervenção humana. No entanto, mostra bem o quão rapidamente se pode instalar um gravíssimo problema que apenas é limitado pela tragédia.
É necessário saber agir a tempo e fazê-lo de forma ética.
Tentativas de controlo eticamente inaceitáveis e falhadas
Actualmente, ainda é frequente depararmo-nos com medidas completamente desactualizadas e cruéis, nomeadamente:
- Abates em centros de recolha oficiais, quantas vezes após capturas por meios violentos e manutenção dos animais em condições deploráveis;
- Exterminação dos animais por envenenamento e outras formas criminosas, que na maioria dos casos passam impunes;
- Proibição de alimentação e protecção dos animais no espaço público, que violam um dos direitos mais dignos e fundamentais do ser humano – o direito à solidariedade – bem como o direito à vida de todas as espécies num mundo que é de todos;
- Destruição do habitat dos animais e das suas condições de sobrevivência.
Além de indignas de uma civilização evoluída, este tipo de medidas tem-se mostrado ineficiente e o problema reaparece pouco tempo depois, uma vez que:
- A exterminação ou remoção dos animais de um certo local conduz ao desequilíbrio e à formação de um vazio ecológico, que é rapidamente invadido por pragas ou reocupado por novos animais migrantes, com o aumento das lutas territoriais, procriação e disseminação de doenças.
- A destruição dos habitats ou das condições de sobrevivência tem como consequência o aumento do número de animais que vagueiam nas ruas doentes e famintos, conduzindo à degradação da situação pública, tanto sanitária como moral.
- Uma boa parte da população recusa-se em consciência a deixar de ajudar animais em sofrimento e necessidade, não colaborando com medidas de proibição de alimentação, mas fica impedido de o fazer em boas condições sanitárias e torna-se vulnerável às mais variadas ameaças.
Recusamos medidas cruéis que ignoram o intenso sofrimento que provocam, desrespeitam os mais básicos direitos humanos e violam o direito de todos os seres vivos viverem de forma equilibrada, justa e digna num mundo que é de todos!
Esterilização: uma solução ética, uma solução de futuro
A esterilização é a alternativa ética e a única eficaz para proteger os animais e controlar o aumento da população. Para chegarmos a um maior número de animais, apostamos em:
- Realizar programas CED (Capturar-Esterilizar-Devolver) em colónias ou grupos de animais silvestres;
- Apoiar pessoas carenciadas na esterilização dos seus animais de companhia e dos animais comunitários por elas protegidos;
- Sensibilizar a população em geral para a importância da esterilização dos seus animais domésticos, sejam eles fêmeas ou machos.