Se está a pensar adoptar um animal que precisa de um lar, o nosso mais sincero agradecimento. Estará a proporcionar a um ser a possibilidade de ter uma vida feliz e protegida e, ao mesmo tempo, a enriquecer a sua. Irá fazer, certamente, um companheiro para a vida.
Um animal numa família desempenha um papel importante no equilíbrio emocional das pessoas, no desenvolvimento afectivo, intelectual, no sentido de responsabilidade das crianças e, observando-se as normas básicas de higiene, na saúde dos seus membros.
Existem milhares de animais a precisar de uma família. Domesticados pelo ser humano, muitas vezes abandonados, tornam-se incapazes de sobreviver num mundo que está moldado às nossas necessidades e que pode ser tão adversa às deles.
Uma decisão a tomar com responsabilidade
A decisão de adoptar um animal, e sobretudo de um mamífero como um cão ou gato, deve ser muito bem ponderada e envolver toda a família. Está a assumir o privilégio e a responsabilidade da vida de um ser evoluído que, tal como nós, tem medo, fome, frio, calor, sente prazer e dor. Precisa de exercício físico, de carinho, atenção, relações sociais, estímulos e distracções. Ele será o seu mais fiel e incondicional amigo, mas será sempre e totalmente dependente de si.
Ao adoptar, tem de pensar que está a assumir o compromisso durante toda a vida do animal, que poderá ser de 15 ou 20 anos, de o integrar na sua família e de lhe proporcionar uma vida feliz. Terá de zelar pela sua alimentação, higiene, saúde e segurança, de o cuidar em caso de doença e de o acarinhar. Terá também de o educar para que consigam conviver de uma forma saudável. Em caso de ausência, como nos períodos de férias, terá de garantir que ele continua seguro e cuidado.
Terá de ter a consciência que um animal traz alguns encargos financeiros, que irá estragar e sujar algumas coisas em casa, sobretudo quando ainda é jovem, que irá necessitar de cuidados extra no final da sua vida, que lhe trará algum trabalho e exigirá tempo e entrega da sua parte. O animal terá uma personalidade própria, que não conseguirá sempre antecipar, mas que deve aceitar e respeitar. Terá de perceber que a adaptação do novo membro da família exigirá algum tempo e paciência. Que o cachorrinho ou gatinho bebé que o encantou vai crescer rapidamente e, um dia, irá envelhecer.
Deve ter a certeza que, em circunstância nenhuma, vai abandonar o seu animal ou acorrentá-lo e isolá-lo sem condições, cuidados ou atenção.
Se não está disposto a assumir este compromisso, não adopte!
Uma decisão feliz e compensadora
Dito isto, também não deve ter pavor de assumir esta decisão e deve encará-la com naturalidade. Tudo o que é significativo na vida exige entrega e dedicação, mas também é muito compensador!
Não é preciso ser rico ou ter uma grande casa com jardim para ter na sua família, um cão ou um gato feliz! Um animal consome muitíssimo menos do que um ser humano. Pode ser educado para minimizar os estragos em casa e vai habituar-se aos seus hábitos e gostos.
A maior parte dos animais bem alimentados e com cuidados veterinários básicos são saudáveis quase toda a sua vida. Desde que haja determinação, há sempre soluções para as suas férias, que podem passar pela colaboração de familiares ou amigos, por levar o animal consigo (sobretudo no que respeita a cães), ou pelo recurso (ainda que algo dispendioso) a um hotel ou a serviços que tratam o animal em sua casa.
O seu animal vai estabelecer com cada membro da família uma relação que é única e profunda e vai certamente enriquecer a sua dinâmica familiar. Vai ajudá-lo a educar nos seus filhos o sentido de responsabilidade e o respeito pelos outros. Vai ser uma companhia insubstituível para idosos ou pessoas que, por alguma razão, estejam mais tempo sós.
A adopção de um animal deve ser uma decisão feliz!